Inseto transgênico é usado para combater dengue


Para combater a dengue vale tudo. Há morador que faz simpatia, controla a água acumulada em casa, usada veneno, repelente. Mas já imaginou soltar ao ambiente uma versão transgênica do mosquito Aedes aegypti? Essa técnica já é realidade para os moradores de Juazeiro, na Bahia.

Em bairros da cidade, pesquisadores estão soltando uma versão do inseto geneticamente modificado. O mosquitinho é uma iniciativa da bióloga Margareth Capurro, pesquisadora da USP. Segundo a técnica, o “genérico” gera filhotes que não chegam à fase adulta.

“Uma idéia genial, porém não inovadora”, diz o farmacêutico, tutor do Portal Educação, Ronaldo Costa. Segundo ele, o projeto desenvolvido é avesso às várias tentativas que já foram realizadas no país. “O controle do vetor sempre foi a forma mais simples (e muitas vezes a única) de prevenção de doenças e, nesse caso, a possibilidade de sucesso é muito grande em função da especificidade da técnica”, explica Costa.

O projeto foi aprovado pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança). Na prática funciona em laboratório, onde é introduzido no mosquito um gene que mata seus descendentes ainda em fase de larva. Depois disso os machos são soltos na natureza para procriarem com as fêmeas. Com a técnica, os filhotes do cruzamento não sobrevivem.

Em teste já realizado nas Ilhas Caymã já apresentou redução de 80% dos mosquitos Aedes aegypti. No caso do município baiano, a previsão é que diversos mosquitos genéricos sejam soltos para controlar a epidemia. Segundo a pesquisadora, a transgenia tem duração de sete dias e os mosquitos não deixam descendentes.

Informação disponível em: http://www.portaleducacao.com.br